Esta é a versão web do artigo sobre Spotify da disciplina Comunicação Multimédia do IST-ULisboa

SOBRE O SPOTIFY HISTÓRIA DA MÚSICA EVOLUÇÃO DO SPOTIFY TECNOLOGIA CONTEÚDO E AUTORES MERCADO SPOTIFY EM PORTUGAL
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SOBRE O SPOTIFY

O Spotify, plataforma de streaming de áudio que tem vindo a aumentar a sua popularidade e adesão a um ritmo sem precedentes desde a sua criação em 2006, é um caso complexo que merece atenção em diversos domínios, sobretudo no que toca à disrupção da indústria musical! [Voltar ao Top]

HISTÓRIA DA MÚSICA

A invenção da gravação musical data de há mais de um século atrás, com a invenção do fonógrafo em 1877 por Thomas Edison.

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Mais recentemente, nas últimas duas décadas, o crescente comodismo em relação ao consumo de música das pessoas, propulsionado por vários fatores (aparecimento do mp3, utilização em massa da Internet, novos dispositivos móveis eletrónicos…) deixava as editoras discográficas - um modo de distribuição de música que era anteriormente dominante – com o futuro incerto. Cada vez mais pessoas compravam leitores de música digital mp3, telemóveis e computadores, as vendas de CDs (compact disc) decresciam aos milhões por ano, e a pirataria tinha atingia um pico de utilização. Em pouco mais de uma década, o lucro da indústria musical reduziu para metade, chegando em 2011 a um mínimo histórico de 16 mil milhões de dólares (ajustado à inflação de 2020).

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EVOLUÇÃO DO SPOTIFY

Fixo na ideia da revolução digital, sustentada pelo sucesso de projetos no ramo (por exemplo, o lançamento da iTunes Store em 2003), Ek com os seus 23 anos de idade e o seu novo parceiro Martin Lorentzon – um empresário de sucesso em Silicon Valley – acabaria por formar uma amizade e parceria que resultaria na fundação do Spotify.

Assim foi criado o Spotify a 23 de abril de 2006. Iniciou os seus serviços e plataforma pela primeira vez em 2008, na Suécia (país de origem) e outros mercados ocidentais europeus. A partir daí, o crescimento foi explosivo: em 5 meses desde que foi lançada a plataforma, num mercado exclusivamente europeu, o Spotify celebrou 1 milhão de utilizadores. Em 2011, lançava-se nos E.U.A., e cresceu rapidamente nesse mercado. Continuou a expandir-se geograficamente, e desde outubro de 2021, está disponível em mais de 180 países, que abrangem todos os continentes. Tem, à data de hoje, 381 milhões de utilizadores mensais ativos e 172 milhões de subscritores.

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TECNOLOGIA

ARQUITECTURA

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Transmissão e Codificação de áudio : O Spotify utilizava uma tecnologia para comprimir dados de nome Ogg/Vorbis, um codec de áudio com perdas criado pela Xiph que nasceu no 2000 como uma alternativa ao MP3, open-source e sem patentes. Recentemente, em 2020, isto mudou - a plataforma passou a utilizar o formato AAC (AAC 128 kbit/s na versão gratuita, e o AAC 256 kbit/s na versão Premium). No caso dos podcasts, a velocidade reduz para próximo dos 96 kbit/s

Latência : (o tempo dado decorrido entre o comando e a sua execução) definida não só pela velocidade de conexão à Internet mas também pela velocidade da plataforma, desejase minimizada o mais possível de modo a otimizar a experiência. Na pesquisa de músicas, podcast, artistas e listas de reprodução, o Spotify implementa um sistema de previsão que é guardado na cache local (ver arquitectura), para que o conteúdo pelo qual estejamos a pesquisar seja rapida e facilmente encontrado

Metadados : são dados sobre dados. Neste caso, são os dados que o Spotify deve armazenar sobre a música/áudio armazenado nos seus servidores. Uma lista exaustiva dos metadados que o Spotify requer pode ser encontrada em. Destaca-se o nome do artista, título do álbum, título da faixa, single, EP, compilação, mixes and remixes, e parental advisory.

Mecanismos de recomendação : O método de sugestões e recomendações, uma das chaves do sucesso do Spotify, é governado pelo sistema de IA (inteligência artificial) BaRT (Bandits of Recommendations as Treatment). O objetivo deste sistema é levar a cada utilizador uma experiência particularizada, baseada em dados pessoais tais como a localização, o histórico de pesquisa ou as músicas ouvidas recentemente: para isso é utilizado o algoritmo epsilon greedy-solution

Armazenamento : Até 2016 a informação era armazenada em centros de dados espalhados ao redor do mundo. Desde então, a infraestrutura de dados está a ser migrada para o Google Cloud Platform, o serviço de armazenamento na nuvem daGoogle. Para além do armazenamento principal, o Spotify recorre à cache local e a uma rede peer-to-peer (P2P) – sistema utilizado nas famosas plataformas de partilha de ficheiros e torrents como o eMule, LimeWire ou uTorrent - para evitar ter de fazer a operação de maior custo quando se pesquisa uma música ou se tenta reproduzir uma faixa – ir ao servidor principal.

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CONTEÚDO E AUTORES

Sem conteúdo e autores para sustentar a plataforma, o Spotify não existiria. O conteúdo principal do Spotify era e continua a ser música, ainda que, em 2019, Daniel Ek tenha anunciado que a estratégia iria tornar-se mais abrangente . Nesse sentido, desde 2018, o Spotify disponibiliza podcasts – no último trimestre de 2021 existiam cerca de 3,2 milhões de títulos, precisamente, que representa um crescimento de 1500%. Os artistas – quem fornece o busílis do conteúdo – eram, em número absoluto e à data de 2018, 3 milhões. Tudo indica que serão significativamente mais hoje em dia, ainda que, do número total de contribuidores, apenas 57000 artistas façam parte de 90% dos streams mensais.

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MERCADO

Modelo de Negócio : O modelo de negócio do Spotify é freemium (free + premium), isto é, o serviço é gratuito de usar, mas uma subscrição paga ultrapassa limitações do uso não pago, nomeadamente poder escolher a música que se quer ouvir no telemóvel (ao invés de se ouvir aleatoriamente um artista ou um álbum), a não-existência de publicidade, melhor qualidade de som, poder descarregar músicas para uso offline, etc. Para além das subscrições pagas, o Spotify sustenta-se também na já referida publicidade.
O Spotify paga royalties de dois tipos aos detentores de direitos de autor: songwriting royalties, que cobre a letra e a pauta musical; e recording royalties, que cobre o áudio verdadeiramente gravado. Desde 2017, o Spotify não paga royalties diretamente aos artistas, e deixa a cabo das editoras os contractos que cobrem a distribuição da receita.

Concorrência e dinâmica de mercado Uma vez que a viabilidade do streaming já tinha sido posta à prova pelo Spotify, e ficou comprovado de que era possível ser lucrativo e bem sucedido neste terreno, o domínio do streaming começou a captar a atenção das grandes empresas do setor tecnológico, como a Amazon, a Apple, a Tencent, e o Google.

Existem bastantes mais empresas que se aventuraram na indústria do streaming de música para além das já descritas que, fruto do tempo e do mercado atual, já não são tão relevantes enquanto concorrência. Destaca-se a Pandora (uma das mais antigas correntes do Spotify, e uma das primeiras a ser lançadas nos E.U.A.), e o Soundcloud, que teve de pedir novo investimento em 2017 para evitar a falência.

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SPOTIFY EM PORTUGAL

Em fevereiro de 2013, o Spotify fez de Portugal, juntamente com a Itália e a Polónia, um dos vinte primeiros países nos quais a plataforma esteve disponível. Fê-lo oferecendo um catálogo de 20 milhões de músicas e um serviço premium com um custo de 6,99€/mês. Apesar de o número de músicas e podcasts ultrapassar os 70 milhões hoje em dia, o preço da assinatura individual do Spotify Premium continua a ser o mesmo.

Por causa da sua política de privacidade, o Spotify não disponibiliza dados discriminados por países. No entanto, existem estatísticas referentes ao desempenho continental - estas mostram que, em 2021, 35% dos utilizadores ativos mensais e 40% dos subscritores premium são europeus, o que perfaz um total aproximado de 120 milhões de utilizadores habituais e 62 milhões de subscritores no referido continente.

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SOBRE NÓS

MiguelBotto
Miguel Botto, nascido em Coimbra (Portugal), 23/4/1998. Licenciado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores e estudante do Mestrado homónimo no Instituto Técnico de Lisboa.
Francisco Martinez
Francisco Javier Martínez, nascido em Alcañiz (Espanha), 29/10/1999. Estudante do Grado em Física pela Universidad de Sevilla, atualmente no Mestrado em Engenharia Física no Instituto Superior Técnico.
Ludgero Pinto
Ludgero Pinto, nascido em Luanda (Angola), 30/06/1990. Licenciado em Engenharia de Telecomunicações no Instituto Superior Técnico da Angola e estudante de Mestrado em Engenharia e Ciência de Dados no Instituto Superior Técnico.

IST

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